O autor, por razões desconhecidas, nasceu no Rio, em 1948, ano bissexto, às vésperas do carnaval.
No meio do caminho tropeçou em assuntos de medicina com os quais se envolveu, não para sempre.
Perambulando por corredores de velhos hospitais, deu-se a indagações sobre a vida e a morte cotidianas. Estes pequenos textos foram, então, surgindo.
Protegidos por anos, em cômoda inexistência, num fundo de gaveta, passaram recentemente, a reclamar, alegando a incoerência da situação: inexistir, existindo.
Alguns, por isso, estão aqui publicados, para alÃvio e desassossego do autor.
Breves considerações da poetisa Elisa Flores sobre as obras de Paulo Torres.
Li de um só fôlego o livro Olhares com o qual muito me identifico e admiro. BelÃssimos poemas! Com relação ao livro anterior Estruturas Poéticas (jogos de palavras – aliterações), os poemas de Olhares já apresentam um perfil mais definido, embora mantendo pontos de contato com os do livro anterior, e os do posterior Sombras e Sorrisos.
Em Olhares sobressai o lirismo de Paulo Torres, aliás, constante em suas obras.
Por ser amante da música, seus poemas estão eivados de musicalidade – Voo – além de tÃtulos sugestivos com Prelúdio e Andante. Nota-se a presença do médico, profissão do autor, em poemas como Credo, Matizes platirrÃneos ou em os Crânios dolicocéfalos.
Observam-se neologismos – "zero, desvisto-me e desimportância". Não esqueço de considerar aqui, sua biografia em Infância, retratada de modo poético e encantador.
Elisa Flores - Participou de revistas, antologias e jornais literários escrevendo artigos, contos, crônicas e poemas. Ajudou a fundar e atuou no jogral Arautos de um Tempo. Integrou, no biênio 2003/2004, a Oficina de Consultoria Literária de Cairo de Assis Trindade. Realizou palestra sobre trovas no evento "João do Rio", em agosto de 2004.
Autora de De Pedra e de Flor, ganhou, por três vezes, o 1º lugar em concursos de trovas promovidos pela UBT; ganhou o Troféu Revelação nos Jogos Florais de Nova Friburgo. Faz parte da atual diretoria do Sindicato dos Escritores do Estado do Rio de Janeiro (SEERJ), onde orienta a Oficina de Trovas. Elisa colabora no jornal Rio Letras, assinando uma coluna literária.